Escritores da Liberdade: resumo do filme e análise completa


Taysa Coelho
Revisão por Taysa Coelho
Jornalista

Escritores da Liberdade é um filme baseado em fatos reais. A história gira em torno da necessidade da criação de vínculos sociais em sala de aula e da possibilidade de mudança através da educação.

Sucesso de público e crítica, a obra é baseada no livro best-seller The Freedom Writers Diaries, que reúne os relatos da professora recém-formada Erin Gruwell e dos seus alunos.

Resumo do filme

[Atenção, o texto a seguir contém spoilers]

Erin Gruwell é a protagonista da comédia dramática, passada em um subúrbio problemático norte-americano. A professora recém-formada leciona as disciplinas de Inglês e Literatura, em uma escola da periferia, em Long Beach, Califórnia (Los Angeles).

O desafio enfrentado pela professora é grande. Os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio são marcados pela violência, descrença, desobediência, desmotivação e, principalmente, pelos conflitos raciais.

São jovens vindos de famílias desestruturadas, vítimas de abandono e descaso. Na sala de aula, os alunos se dividem em grupos: os negros só interagem com os negros, os latinos andam com os latinos, os brancos conversam com os brancos.

Já na primeira aula, a educadora percebe o obstáculo que terá pela frente. Os adolescentes ignoram a sua presença, a desrespeitam, agridem uns aos outros e fazem pouco caso do material escolar.

A cena abaixo registra bem o impacto da postura dos alunos na atitude da professora. A docente fica simultaneamente perplexa e sem reação diante daquilo que vê:

Os adolescentes, cada vez mais desinteressados nos estudos, fazem com que a professora reveja a sua metodologia de ensino. Motivada com a profissão e genuinamente interessada em encontrar soluções para cativar seus alunos, Gruwell busca por alternativas.

As alterações curriculares sugeridas pretendiam a aproximar dos alunos através da música, do diálogo e dos jogos. Aos poucos, os jovens se abrem e passam a chamá-la carinhosamente de professora “G.”

Além dos obstáculos encontrados em sala de aula, a educadora ainda precisa lidar com o marido pouco compreensivo e com a diretora do colégio, uma senhora conservadora que se opõe ao trabalho proposto.

Satisfeita com os resultados do dia a dia, decide ir além investigar a vida pessoal dos jovens. Conforme ganha a confiança dos alunos, eles começam a falar de si, da violência cotidiana e das famílias problemáticas que quase todos têm.

Gruwell inaugura um projeto que convida cada aluno a escrever um amplo e livre diário. A ideia é registrar seu cotidiano. Desde as relações com os amigos e com a família até as ideologias pessoais e as leituras que estavam fazendo, fizeram ou gostariam de fazer.

Erin cita o exemplo de Anne Frank e seu diário. A professora acaba por convencer os jovens de que o preconceito transcende todo tipo de barreira. E pode atingir pessoas pela cor da pele, pela origem étnica, pela religião ou até mesmo pela classe social.

Ao lecionar sobre a Segunda Guerra Mundial, leva os alunos para conhecerem o Museu do Holocausto. Uma curiosidade: na cena do filme em que os alunos estão no jantar, no hotel, após a viagem ao museu. Todos os personagens que ali estão são efetivamente sobreviventes dos campos de concentração que aceitaram participar do filme.

Em um de seus discursos mais comoventes, Erin sublinha a questão do preconceito e frisa a importância de lidarmos com a herança do passado que recebemos:

A tarefa da educação é justamente a de apresentar o mundo as gerações do presente, tentando fazê-las conscientes de que comparecem a um mundo que é o lar comum de múltiplas gerações humanas. Ao conscientizá-los do mundo a que vieram, estas deverão compreender a importância de sua relação e ligação com as outras gerações, passadas e vindouras.

Tal relação se dará, primeiro, no sentido de preservar o tesouro das gerações passadas, isto é, no sentido de a geração do presente tomar o cuidado de trazer a esse mundo sua novidade sem que isso implique a alteração, até o irreconhecimento, do próprio mundo, da construção coletiva do passado.

A verdadeira Erin Gruwell (na primeira fila, vestida com camisa rosa) e seus alunos.
A verdadeira Erin Gruwell (na primeira fila, vestida com camisa rosa) e seus alunos.

Personagens principais

Erin Gruwell (interpretada por Hilary Swank)

Uma jovem professora comprometida com o ensino que, de repente, se vê rodeada por jovens que não consegue cativar. Interessada em comprometê-los dentro da sala de aula, Erin vai em busca de novas metodologias capazes de capturar a atenção dos alunos. Ao final de algum tempo, ela consegue recuperar a autoconfiança da turma e o respeito deles pela comunidade.

Scott Casey (interpretado por Patrick Dempsey)

O inconformado marido de Erin, Scott Casey é testemunha de todas as dificuldades encontradas pela professora na instituição de ensino.

Margaret Campbell (interpretada por Imelda Staunton)

A conservadora diretora da escola que acaba por não apoiar a revolução silenciosa promovida por Erin Gruwell.

Eva (interpretada por April L. Hernandez)

Uma adolescente latina que vive em gangues e tem péssimo comportamento na escola apresentando sempre uma postura combativa e de confronto.

A verdadeira Erin Gruwell e a Freedom Writers Foundation

A protagonista do filme Escritores da Liberdade é inspirada em Erin Gruwell, uma professora norte-americana nascida no dia 15 de agosto de 1969, na Califórnia.

Em 1999, Erin publicou o livro autobiográfico The Freedom Writers Diary: How a Teacher and 150 Teens Used Writing to Change Themselves and the World Around Them, que se tornou rapidamente um best seller. Em 2007, a sua história foi adaptada para o cinema.

Em 1998, Gruwell lançou a Freedom Writers Foundation, uma fundação cujo intuito é espalhar a sua vivência em sala de aula retirada do convívio com alunos considerados problemáticos.

A missão da Fundação é dar suporte a alunos e professores, fornecendo ferramentas que facilitem o aprendizado centrado no aluno, melhorando o desempenho acadêmico geral e aumentando a retenção de professores.

Erin Gruwell, professora, de blazer preto e blusa rosa, olha de lado e sorri para a foto
A verdadeira Erin Gruwell.

Ficha Técnica

Título original Freedom Writers
Lançamento 27 de agosto de 2007
Diretor Richard LaGravenese
Roteirista Richard LaGravenese e Erin Gruwell
Gênero Comédia dramática
Duração 2h 04min
Idioma inglês
Atores principais Hilary Swank, Patrick Dempsey, Ricardo Molina, April Lee Hernández
Nacionalidade EUA

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Taysa Coelho
Revisão por Taysa Coelho
Movida pela curiosidade, adora conhecer coisas novas e acredita que, por isso, se tornou jornalista. No tempo livre, gosta de ir à praia, ler, ver filmes e fazer maratonas de séries.