Existencialismo: principais filósofos e suas ideias


Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual

O existencialismo foi uma corrente filosófica que surgiu na Europa e estendeu-se a outros países na metade do século XX. Seu tema principal é a interpretação dos seres humanos em suas associações com o mundo que os cercam.

Jean-Paul Sartre é geralmente o filósofo mais lembrado quando se fala sobre existencialismo, tendo contribuído grandemente para a difusão dessas ideias nos anos 60.

Søren Kierkegaard (1813-1855)

Kierkegaard foi um intelectual, filósofo e teólogo dinamarquês da primeira metade do século XIX.

Soren Kierkegaard

É considerado o precursor do "existencialismo cristão". Acreditava que os seres humanos possuíam o livre arbítrio e responsabilidade total por seus atos, renegando a noção de alma eterna.

O povo pede o poder da palavra para compensar o poder de livre pensamento a que ele foge. (Kierkegaard)

Martin Heidegger (1889-1976)

Heidegger nasceu na Alemanha e foi um importante filósofo que deu continuidade às ideias de Kierkegaard.

Heidegger

Ele instigou o pensamento acerca da noção de "ser". Sua pesquisa é sobre o ser humano, quem ele é e o que quer. Dessa forma, Heidegger inaugura preocupações filosóficas, mais voltadas à própria existência.

Morrer não é um acontecimento; é um fenômeno a ser compreendido existencialmente. (Heidegger)

Friedrich Nieztsche (1844-1900)

Esse pensador nasceu na Prússia, atualmente Alemanha, e teve grande impacto no pensamento de futuros filósofos.

Friedrich Nieztsche

A filosofia apresentada por ele combatia a ideia de Deus e a moral cristã. Propôs ainda a renovação de valores sociais e culturais. Desenvolveu o conceito do "Superhomem" (Übermensch), que defendia que havia um modelo ideal de ser humano a ser seguido.

Ele também discorreu sobre o que chamou de "transvaloração dos valores", em que questionava valores, princípios e crenças dos seres humanos.

O que quer que não pertença à vida é uma ameaça para ela. (Nieztsche)

Albert Camus (1913-1960)

Nascido na Argélia quando estava sob domínio da França, Albert Camus se tornou um filósofo enquadrado como existencialista, apesar de negar tal rótulo.

Albert Camus

Sua linha de pensamento abarca questões acerca do absurdo da condição humana, buscando significados para a continuação da existência em um contexto "humanamente impossível".

Em uma de suas célebres obras, O mito de Sísifo, ele diz:

Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia.

Jean-Paul Sartre (1905-1980)

O filósofo nasceu na França e suas ideias existencialistas tiveram grande impacto na sociedade de sua época.

Sartre

Sartre foi um nome de peso nessa vertente da filosofia, influenciando e transformando valores morais, sobretudo entre na juventude francesa após a Segunda Guerra.

O inferno são os outros. (Sartre)

Simone de Beauvoir (1908-1986)

Foi uma filósofa e ativista francesa. Integra também o grupo de intelectuais existencialistas. Utilizou essa corrente de pensamento para defender uma nova perspectiva sobre a condição feminina.

Simone de Beauvoir

É atribuída a ela a conhecida frase:

Não se nasce mulher, torna-se mulher.

O movimento filosófico existencialista

O existencialismo considera que o ser humano é livre por natureza e que antes de qualquer tipo de "essência", as pessoas primordialmente existem. Assim, essa é uma corrente filosófica que deposita sobre os indivíduos toda a responsabilidade sobre o rumo que suas vidas tomam.

A filosofia existencialista surgiu nesses termos nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. O responsável pela criação do termo foi o filósofo francês Gabriel Marcel (1889-1973).

Entretanto, essa maneira de enxergar o mundo e o indivíduo já estava presente em obras de intelectuais mais antigos, como o dinamarquês Søren Kierkegaard, o alemão e Friedrich Nieztsche e ainda o escritor russo Fiódor Dostoiévski. Além disso, a vertente inspirou-se também em outra, a fenomenologia.

Pode-se dizer que o existencialismo foi além de um "movimento" filosófico um "estilo de pensamento", uma vez que seus autores não se identificavam propriamente com o termo.

Foram muitas as ideias e temas que esses intelectuais abordaram, desde a angústia, a liberdade, a morte, o absurdo e até mesmo a dificuldade em relacionar-se.

Considera-se como o "auge" do existencialismo os anos 60, quando os franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir influenciam grandemente o pensamento francês.

Sartre foi, inclusive, o responsável pela publicação em 1945 de L'Existentialisme est un humanisme, com tradução para "O existencialismo é um humanismo", livro que delimita as bases do movimento.

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.