Fábula A Cigarra e a Formiga (com moral)
A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas infantis mais famosas de sempre, continuando bem presente nas nossas memórias. Ela fala sobre uma cigarra preguiçosa e uma formiga esforçada, comparando as suas posturas sobre o trabalho e o futuro.
A narrativa costuma ser atribuída a Esopo, autor da Grécia Antiga, mas também foi contada em versos pelo francês La Fontaine e teve inúmeras adaptações, incluindo a do escritor brasileiro Monteiro Lobato.
Resumo da fábula
Como é comum nas fábulas, esta história é protagonizada por dois animais que se comportam de forma bastante semelhante à dos humanos. Durante o verão, a Cigarra quer aproveitar o tempo bom e passa os dias cantando.
Enquanto isso, a Formiga trabalha de forma diligente, reunindo alimentos para sobreviver no inverno. Quando chegam os dias de frio e chuva, a Cigarra não tem o que comer e pede à outra para partilhar a comida dela. A Formiga recusa, falando que a Cigarra passou o verão cantando e agora precisa "se virar".
Conheça, abaixo, a versão resumida de Esopo, traduzida pela brasileira Ruth Rocha em 2010:
A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos.
Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer.
A formiga então perguntou a ela:
— E o que é que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu:— Muito bem, pois agora dance!MORAL DA HISTÓRIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.
A versão completa de Esopo
Esopo (620 a.C. – 564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga que ficou eternizado pela sua coletânea de fábulas que passaram a integrar a tradição popular oral. Inicialmente, na versão original, a história foi intitulada de O Gafanhoto e a Formiga.
Num belo dia inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de comidas. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:
– Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisas que era contra seus princípios, e perguntaram:
– Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
Falou a cigarra:
– Para falar a verdade, não tive tempo. Passei o verão todo cantando!
Falaram as formigas:
– Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando?
E voltaram para o trabalho dando risadas.
MORAL DA HISTÓRIA: Os preguiçosos colhem o que merecem.
A versão de La Fontaine
Jean de La Fontaine (1621 – 1695) foi um autor francês que ficou conhecido pela obra Fábulas (1668), na qual se inspira em Esopo e recria várias narrativas curtas com moralidade.
As histórias são contadas em verso e passaram de geração em geração, se tornando extremamente famosas ao longo dos séculos. Confira, abaixo, a tradução feita pelo poeta português Bocage (1765 – 1805):
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dança agora!"
Qual é a moral da história?
A Cigarra e a Formiga é uma lição simples e direta sobre a importância e o valor do trabalho. Carregadas de simbologias, as personagens representam duas posturas opostas perante a vida: a dos esforçados e a dos preguiçosos.
A fábula nos ensina a ser independentes e responsáveis por nós mesmos. Até nos momentos em que temos vontade de simplesmente descansar e aproveitar a vida, é necessário pensar no futuro e batalhar por ele.
Esta história, cheia de sabedoria popular, também pode ser uma boa oportunidade para conversarmos com as crianças sobre outros valores fundamentais: a generosidade, a solidariedade, a partilha.
Afinal, no fim da história não é dito que a Formiga não chegou a ajudar a Cigarra, após chamá-la a razão. Então, ficaria uma interpretação em aberto: talvez a Formiga tenha sido generosa, depois de alertar a Cigarra para sua irresponsabilidade.
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