O diário de Anne Frank: resumo completo do livro que marcou a História

Catalina Arancibia Durán
Catalina Arancibia Durán
Mestre em Literatura Espanhola e Hispano-Americana
Tempo de leitura: 5 min.

O diário de Anne Frank é um dos livros mais vendidos da história. Ninguém imaginava que as ideias e sentimentos de uma adolescente poderiam tocar tão profundamente o imaginário coletivo, mas a narrativa conquista por seu encanto e honestidade.

Através do texto, é possível acessar um registro muito sombrio da história da humanidade E vivenciar o que milhares de pessoas tiveram de sofrer durante a Segunda Guerra Mundial e a ocupação nazista.

Resumo do livro O diário de Anne Frank

O livro manteve sua forma original, sendo composto por entradas dirigidas a Kitty, nome com o qual Anne batizou seu diário.

A história começa quando Anne recebe o diário e relata as mudanças que ocorreram no país devido à ocupação nazista. Assim, conta sobre sua vida anterior, quando frequentava a escola, tinha amigos, gostava de garotos e tudo parecia promissor em seu futuro.

No entanto, com a chegada da guerra e a ascensão dos nazistas ao poder, foram impostas restrições à população judaica. Eles não podiam exercer certas profissões, foram criadas escolas específicas para crianças judias, foi proibido frequentar locais públicos. Mais tarde, foram obrigados a se identificar com a estrela de Davi na lapela da roupa.

Depois, a jovem e sua família tiveram que se refugiar no anexo, onde ela faz uma descrição detalhada da vida no lugar.

Graças ao seu relato, é possível perceber a dimensão humana de um grupo que precisou se esconder por muito tempo. Adaptando-se aos horários de expediente, evitando fazer barulho, comendo o que seus amigos conseguiam fornecer e mantendo a esperança apesar das dificuldades.

Foi uma experiência cheia de altos e baixos. A convivência em um espaço reduzido e com pessoas de personalidades diferentes foi complexa. Além disso, Anne começou a atravessar a adolescência com muitas mudanças de humor, o que a fazia discutir constantemente com sua mãe e com Fritz Pfeffer, um dentista que também se refugiava no anexo.

Seu refúgio foi a leitura e a escrita, assim como sua relação com Peter van Pels, um jovem de 15 anos. Os dois se apaixonaram e viveram um romance discreto que durou até serem capturados.

Contexto

Anne Frank nasceu em Frankfurt am Main em 12 de junho de 1929. Devido à situação complicada que a Alemanha vivia naqueles anos e à rápida ascensão de Hitler ao poder, seus pais decidiram que o melhor seria mudar-se para a Holanda.

Instalaram-se em Amsterdã, onde Otto Frank fundou uma empresa dedicada ao comércio de pectina, uma substância usada na fabricação de geleias.

Fotografia de Anne Frank

A família se adaptou bem à mudança. No entanto, em 1º de setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. Apenas alguns meses depois, em 10 de maio de 1940, os nazistas chegaram à Holanda e o exército se rendeu após cinco dias. Assim começaram as leis e restrições para os judeus, motivo pelo qual os Frank decidiram que precisavam fugir.

Em 5 de julho de 1942, sua irmã Margot recebeu uma convocação dos nazistas. Seus pais desconfiaram e decidiram acelerar os planos, passando à clandestinidade.

Otto Frank havia preparado um anexo na casa onde funcionava sua empresa, na rua Prinsengracht 263. Com a ajuda de alguns colegas, conseguiram se instalar ali.

Além dos Frank, também se esconderam a família Van Pels — Hermann, Auguste e seu filho Peter — e, mais tarde, o dentista Fritz Pfeffer.

Seus protetores foram Victor Kugler, Johannes Kleiman, Johan Voskuijl, Bep Voskuijl, Miep Gies e Jan Gies.

Família de Anne Frank
Família de Anne Frank: Margot, Otto, Anne e Edith

O diário

Anne recebeu um diário de presente ao completar 13 anos e, durante o período em que esteve escondida, dedicou-se a ele com paixão. Chegou a escrever três cadernos entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944. Neles, registrou tudo o que acontecia na casa, suas dinâmicas e conflitos, além de todos os seus pensamentos e emoções.

Certo dia, ouviu pelo rádio, o Ministro da Educação do governo holandês, que estava na Inglaterra. Ele fez um apelo à população para que guardasse documentos (diários e cartas) como registro da ocupação nazista no país. Assim, Anne decidiu reescrever seu material, dando-lhe uma forma mais literária, com o título de A casa dos fundos.

Prisão

Em 4 de agosto de 1944, o anexo foi descoberto e todos os seus ocupantes foram presos. Após passarem por uma prisão e um campo de trânsito, foram enviados para Auschwitz. Anne, sua mãe e sua irmã foram levadas ao campo feminino e nunca mais viram os demais.

Em 1944, Anne e Margot foram transferidas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde contraíram tifo. Lá morreram em fevereiro de 1945.

Entrada do anexo
Entrada do anexo

Publicação do livro

O único sobrevivente dos que se esconderam no anexo foi Otto Frank. Após o fim da guerra, ele foi liberto de Auschwitz e retornou à Holanda para tentar encontrar sua família com vida.

Lá, soube que todos haviam morrido e reencontrou Miep Gies, uma das funcionárias da empresa que ajudara a escondê-los. Ela lhe entregou os diários de Anne. Ao lê-los, Otto ficou profundamente comovido e, para realizar o sonho da filha de se tornar escritora, decidiu publicá-los em forma de livro.

Em 1947, o livro foi publicado com uma tiragem inicial de 3.000 exemplares. O sucesso foi muito maior do que qualquer um poderia imaginar. Com o tempo, foi traduzido para quase 70 idiomas, adaptado para teatro, musicais e filmes, além de o anexo ter se tornado um museu, em 1960.

Estátua de Anne Frank
Estátua de Anne Frank (1960) Amsterdã, Holanda

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Catalina Arancibia Durán
Catalina Arancibia Durán
Mestre em Literatura Espanhola e Hispano-Americana. Formada em Teoria e Crítica de Cinema. Professora de oficinas literárias e revisora de texto.