As 11 telas mais memoráveis de Salvador Dalí


Rebeca Fuks
Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura

Salvador Domingo Felipe Sacinto Dalí i Domènech, conhecido apenas como Salvador Dalí, nasceu na Espanha, em 11 de maio de 1904, e morreu também na Espanha, aos 84 anos. Um dos ícones do movimento surrealista, o pintor foi amigo próximo do poeta Frederico Garcia Lorca e do cineasta Luís Bunuel.

Essas são as onze obras que você precisa conhecer desse irreverente gênio da pintura!

salvador dali
AMSTERDÃ, PAÍSES BAIXOS - 5 de maio de 2016: A Salvador Dali, o pintor, modelo no museu de cera Amsterdam Madame Tussauds. Olena Znak/Shutterstock.com

1. Autorretrato com L’Humanité, 1923

Uma das primeiras obras de Dalí foi o Autorretrato com L’Humanité, pintada quando o artista tinha apenas 19 anos. A tela tem 105cm por 75 cm e atualmente se encontra no Teatro-Museo Dalí.

O Autorretrato faz parte do período cubista do pintor, Dalí foi profundamente influenciado nesta fase pelo artista uruguaio Rafael Barradas.

2. A persistência da memória, 1931

Quadro A Persistência da Memória, de Salvador Dalí, 1931.
Quadro A Persistência da Memória, de Salvador Dalí, 1931. Kumachenkova/Shutterstock.com

Um dos dados que mais espanta no famoso quadro de Salvador Dalí é o tempo de produção: conta-se que A persistência da memória foi pintado em apenas cinco horas.

Na tela encontramos os famosos símbolos do pintor: o relógio derretido, as formigas, as pinceladas oníricas. A tela, que tem 24cm x 33cm, está exposta no MoMA, em Nova Iorque.

3. Comienzo automático de un retrato de Gala, 1933

O pequeno quadro que tem como protagonista a mulher de Dalí possui apenas 14cm por 16,2 cm e atualmente pertence ao acervo do Teatro-Museo Dalí. O fundo branco destaca o rosto de Gala e a tela serve como exercício onde Dalí testa diferentes maneiras de encerrar a imagem.

Supõe-se que o pintor apresentou a imagem pela primeira vez na Galeria Pierre Colle de París, entre 19 e 29 de junho de 1933 com o título Début automatique des portraits de Gala.

4. El espectro del sex-appeal, 1934

El espectro del sex-appeal foi apresentada pela primeira vez em Paris (na Galeria Bonjean) e posteriormente em Nova Iorque (na Galeria Julien Levy). Uma das características mais marcantes da obra é a presença de muletas, que será explorada em outras pinturas do artista, como O sono, que veremos a seguir.

A imagem possui 17,9 cm por 13,9 cm e é um óleo sobre tela. Assim como algumas das imagens acima, também pertence ao acervo do Teatro Museo Dalí.

5. O sono, 1937

O sono é das telas mais emblemáticas do artista surrealista. A pintura, que tem 51cm x 78cm, ilustra uma cabeça mole e sem corpo, aparada por muletas durante o repouso. Os surrealistas davam muita importância ao período do sono porque era durante esses breves instantes que se tinha acesso aos sonhos e ao inconsciente.

6. Metamorfose de Narciso, 1937

O pintor tinha um carinho especial pela tela Metamorfose de Narciso. Dalí buscou inspiração para este trabalho na história mitológica de Narciso, um jovem que se apaixonou pela própria imagem. Freud também se apropriou da história de Narciso para ilustrar as suas definições psicanalíticas.

O trabalho Metamorfose de Narciso se encontra atualmente na Tate, em Londres, e tem 51,1cm por 78,1cm.

7. O enigma sem fim, 1938

O quadro, pintado em 1938, traz uma série de elementos que irão se reproduzir em outras telas do autor: a muleta, por exemplo, o busto irreconhecível reclinado, uma natureza morta, a pata de um animal... O enigma sem fim se encontra no Museu Reina Sofia, em Madrid, Espanha.

8. Tristão e Isolda, 1944

A lenda celta dos amantes Tristão e Isolda serviu como inspiração para o pintor catalão conceber a tela acima no ano de 1944. O tema já não era uma novidade, três anos antes, em 1941, Dalí havia assinado a criação de cenários para o ballet Tristão e Isolda. Atualmente o quadro pertence a uma coleção privada.

9. A tentação de Santo Antônio, 1947

A pintura acima foi elaborada para que o pintor pudesse participar de um concurso temático que tinha como mote a tentação de Santo Antônio. O trabalho foi realizado em Nova Iorque e, para vencer os concorrentes, Dalí investiu em uma pintura que retratasse Santo Antônio completamente nu diante de elementos desproporcionais.

A tela tem 90cm por 119,5cm e se encontra na Bélgica, no Musée Royaux des Beaux-Arts.

10. Retrato de Pablo Picasso en el siglo XXI, 1947

A pintura, realizada em homenagem ao grande ídolo Pablo Picasso, foi produzida durante a primeira estadia do pintor em Nova Iorque. Exibida na Galeria Bignou de 25 de novembro de 1947 a 31 de janeiro de 1948, a tela possui 65,6cm por 56cm e atualmente se encontra no acervo permanente do Teatro Museu Dalí.

11. Galatea das esferas, 1952

A esposa de Dalí, a russa Elena Diakonova (também conhecida como Gala), era dez anos mais velha do que o pintor e fora antes casada com o poeta francês Paul Eluard. Dalí compôs uma série de quadros em homenagem a ela, Galatea de las esferas é apenas uma das imagens.

Pintado em 1952, o quadro, que denuncia o facínio do pintor pela ciência e pelas teorias da desintegração do átomo, posssui 65cm por 54cm e pertence ao Teatro Museo Dalí.

Descubra mais sobre o Surrealismo

Se você se interessa pela arte de Dalí, não deixe de conhecer mais a fundo o surrealismo!

Aproveite também de fazer uma leitura do Manifesto surrealista, escrito por André Breton, em 1924.

Salvador Dalí, criador de logotipos

Poucas pessoas sabem, mas o pintor surrealista Salvador Dalí foi responsável pela criação do logotipo da fábrica de doces Chupa Chups. O catalão Enric Bernat, criador da companhia de doces, viajou até Figueres, onde residia o pintor, para convidá-lo a criar a cara da sua marca.

Consta que em menos de uma hora, durante o almoço, Dalí deu a seguinte sugestão que se mantém praticamente inalterada até os dias de hoje:

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KLIA2 AIRPORT KUALA LUMPUR, MALAYSIA - JUNE 6, 2017 : Chupa Chups candy logo at KLIA2 duty free shop. Chupa Chups is a popular Spanish brand of lollipop sold in over 150 countries around the world. TY Lim/Shutterstock.com

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Rebeca Fuks
Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).