10 músicas famosas de cantoras brasileiras (letras e análises)


Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes

Algumas vozes femininas entraram para a história da música e da cultura brasileira. Nesta lista, lembramos temas de sucesso que continuam fazendo parte das nossas memórias e do nosso quotidiano.

Conheça, abaixo, a nossa seleção das músicas mais famosas interpretadas por cantoras brasileiras.

1. Como Nossos Pais, Elis Regina

Com letra de Belchior, Como Nossos Pais é um documento cultural importante sobre um período conturbado da história brasileira. Na voz de Elis Regina, a música exprime a angústia de uma geração vencida pela ditadura militar e o conservadorismo.

Falando sobre a necessidade que os jovens sentem de aprender as coisas por experiência própria, afirma a urgência de viver. Declara que a vida é mais importante do que qualquer sonho ou qualquer canto.

São evidentes os sinais distópicos, os avisos de "cuidado" e "perigo" que anunciam o pior: "eles venceram".

Esse clima de repressão e ameaça prejudica o ser humano que, enquanto ser social, foi feito para se relacionar com os outros, para "abraçar" e "beijar". Essa natureza de amor seria a verdadeira essência da humanidade, contrariando os conflitos e a violência.

O tema parece referir o mote de paz e amor do movimento hippie, lembrando tempos de liberdade, um passado recente de "gente jovem reunida" com o "cabelo ao vento".

O seu quotidiano e estilo de vida foi roubado bruscamente com a instauração da ditadura militar, que implicou um retrocesso social e cultural no Brasil.

Elis canta a tristeza de uma juventude para a qual "o sinal está fechado". Apesar de todas as batalhas que travaram e de todos os seus esforços, esta geração ficou presa no passado, condenada ao mundo dos seus pais.

Não quero lhe falar meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto é menor do que a vida
De qualquer pessoa

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina, na lua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração...

Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora
Ou então que eu tô inventando...

Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei que quem me deu a ideia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa, guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber que apesar de termos
Feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

2. Fera Ferida, Maria Bethânia

Escrita por Roberto Carlos e Erasmo Carlo, Fera Ferida é uma das músicas brasileiras mais célebres sobre o final de um relacionamento difícil.

A letra fala sobre uma relação tóxica que prejudicava o sujeito e da qual ele conseguiu se libertar. Apesar de ter conseguido sobreviver, não esconde que está ferido, traumatizado.

Carregando tantas marcas do passado, assume que perdeu a esperança, seus sonhos estão "rasgados". Se antes se encarava como um animal "domesticado", que estava preso e tinha perdido a capacidade de lutar, agora se vê como um "bicho livre".

Embora tente superar o desgosto amoroso que sofreu, não consegue esquecer e sente que suas "cicatrizes falam". Assim, escolheu a liberdade incondicional escolheu viver solitário e sem rumo, garantindo que não vai mudar.

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

3. Divino Maravilhoso, Gal Gosta

Eternizado pela voz de Gal Costa, o tema de Caetano Veloso e Gilberto Gil foi composto em 1968, época da tropicália. Em 1968, o Brasil vivia o auge da repressão militar com a instauração do Ato Institucional Número Cinco, que autorizava a supressão de direitos, a tortura e a censura.

A música popular brasileira foi um instrumento poderoso de crítica, denúncia e reação ao regime autoritário. Em Divino Maravilhoso, o sujeito avisa os seus companheiros, pede que tenham "atenção" e mantenham os "olhos firmes" porque "tudo é perigoso".

Um célebre hino de resistência, a música relembra a necessidade de combater, de não se render nunca, de permanecer sempre "atento e forte".

Pedindo que reparem "no refrão", no "palavrão" e na "palavra de ordem", exprime o descontamento de um povo que vivia oprimido e protestava em várias frentes, incluindo através da música e da arte.

Mostrando a violência, a ameaça constante e o sangue nas ruas, a canção repete que "tudo é perigoso". Por outro lado, repete também que "tudo é divino maravilhoso", sublinhando que existe esperança e que as coisas poderão mudar.

Para isso, sublinha a importância de continuarem lutando: "Não temos tempo de temer a morte".

Atenção ao dobrar uma esquina
Uma alegria, atenção menina
Você vem, quantos anos você tem?
Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão

Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte

Atenção para a estrofe e pro refrão
Pro palavrão, para a palavra de ordem
Atenção para o samba exaltação

Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte

Atenção para as janelas no alto
Atenção ao pisar o asfalto, o mangue
Atenção para o sangue sobre o chão

Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte

4. Linha do Mar, Clementina de Jesus

Clementina de Jesus foi uma cantora brasileira de samba que começou a sua carreira depois dos 60 anos. Tratada como "mãe" e admirada por vários artistas da época, participou em vários discos célebres de MPB. Incorporando no samba influências dos cânticos tradicionais que aprendeu com sua mãe, filha de escravos, foi marco de representatividade.

A cantora se tornou uma artista importante no panorama musical brasileiro, com uma voz e maneira de cantar que desafiavam os padrões da época. Na Linha do Mar, composta por Paulinho da Viola, foi uma das músicas que projetou Clementina para a fama.

O tema sugere a ideia de oração, de prece, onde o sujeito agradece o novo amanhecer, mais um dia que começa. Embora esteja insatisfeito com a realidade, esse "mundo de ilusão", tem que manter o pensamento positivo. Sabe que é importante conservar o sorriso, ter uma boa atitude perante a vida e as outras pessoas.

Com uma postura sábia, fala dos atos de ingratidão e traição que sofreu, mostrando que tentaram feri-lo, mas as coisas boas na sua vida o protegeram como um escudo. Através do seu amor, afirma que consegue vencer qualquer veneno.

Galo cantou às quatro da manhã
céu azulou na linha do mar

vou-me embora desse mundo de ilusão
quem me ver sorrir
não há de me ver chorar

flechas sorrateiras, cheias de veneno
querem atingir o meu coração
mas o meu amor sempre tão sereno
serve de escudo pra qualquer ingratidão

5. Menino do Rio, Baby Consuelo

Conhecia na voz da artista Baby Consuelo, atualmente Baby do Brasil, a música de Caetano Veloso parece ser uma ode aos garotos cariocas. Falando de um jovem feliz, relaxado e que está sempre na praia, elogia o seu espírito livre, "vadio".

O sujeito declara que adora vê-lo passar e exprime o seu amor através da canção, que espera que receba "como um beijo". A música foi inspirada em Petit (José Artur Machado), um surfista carioca que era famoso na praia de Ipanema.

Embora Menino do Rio tenha se tornado uma das canções mais queridas pelos cariocas, Petit teve um final de vida triste, sofrendo um acidente e cometendo suicídio algum tempo depois. Sua imagem solar ficou para sempre lembrada nas palavras de Caetano.

Menino do rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção, corpo aberto no espaço
Coração de eterno flerte, adoro ver-te
Menino vadio
Tensão flutuante do rio
Eu canto para Deus proteger-te

Menino do rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração de eterno flerte, adoro ver-te
Menino vadio
Tensão flutuante do rio
Eu canto para Deus proteger-te

O Havaí, seja aqui, o que tu sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo

Menino do rio
Calor que provoca arrepio
Toma esta canção como um beijo

6. Ovelha Negra, Rita Lee

Rita Lee marcou a história do Brasil com sua atitude de rebeldia, fruto da década de 70 e das transformações que o país enfrentava. Ovelha Negra é a música mais famosa da cantora, confirmando o sucesso da sua carreira a solo.

Símbolo daquilo que Rita Lee representava, o tema é um hino à desobediência e ao pensamento crítico. A música narra a história de uma jovem que, de repente, perde o clima de tranquilidade e estabilidade familiar.

Representando os conflitos geracionais e o fosso de mentalidades que separavam pais e filhos, a moça é rejeitada pelo pai. Conservador, não aceita os seus comportamentos e declara que ela não pertence mais ali, é "a ovelha negra da família".

Uma história de crescimento e de escolhas individuais, a cantora mostra que é possível alguém se afastar de tudo que conhece para seguir o seu rumo, encontrar o seu caminho.

Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra e água fresca
Meu Deus quanto tempo eu passei
Sem saber
Foi quando meu pai me disse filha
Você é a ovelha negra da família
Agora é hora de você assumir
E sumir
Baby baby

Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby baby
Não vale a pena esperar, oh não
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra e água fresca

Meu Deus quanto tempo eu passei
Sem saber
Foi quando meu pai me disse filha
Você é a ovelha negra da família
Agora é hora de você assumir
E sumir
Baby baby

Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby baby
Não vale a pena esperar, oh não
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar

7. Suave Veneno, Nana Caymmi

Com letra de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, Suave Veneno foi um dos temas mais famosos de Nana Caymmi.Uma das músicas de amor mais marcantes do panorama brasileiro, fala sobre um relacionamento complexo, uma relação de amor/ódio visível no próprio título.

Sempre marcada por essa dualidade, o sujeito declara que essa paixão pode "curar" ou "matar", assumindo que se trata de uma "doença". Narrando as suas recaídas, sabe que precisa se afastar desse amor mas não consegue resistir à tentação.

Vivo encantado de amor
Inebriado em você
Suave veneno que pode curar
Ou matar sem querer por querer
Essa paixão tão intensa
Também é meio doença
Sinto no ar que respiro
Os suspiros de amor com você

Suave veneno você
Que soube impregnar
Até a luz de outros olhos
Que busquei nas noites pra me consolar

Se eu me curar deste amor
Não volto a te procurar
Minto que tudo mudou
Que eu pude me libertar

Apenas te peço um favor
Não lance nos meus
Esses olhos de mar
Que eu desisto do adeus
Pra me envenenar

8. Não Deixe o Samba Morrer, Alcione

Não Deixe o Samba Morrer é um tema escrito por Edson Conceição e Aloísio Silva e gravado por Alcione, tendo sido o primeiro sucesso da cantora.

Trata-se de uma declaração de amor à música e à profissão de sambista. O sujeito declara que quando não tiver mais idade para sair na avenida com a sua escola, vai passar o seu lugar para quem for merecedor.

Quer deixar o seu legado, os seus conhecimentos e ficar vendo da plateia, como uma despedida. O seu último pedido para a geração futura, o "sambista mais novo", é que conserve a tradições.

Lembra os mais jovens que o samba não pode morrer porque é fruto da sua cultura, faz parte da história e da identidade do seu povo.

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem aguentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar

Eu vou ficar
No meio do povo espiando
Minha Escola perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, pra gente sambar

9. Cara Valente, Maria Rita

A música foi composta por Marcelo Camelo e gravada por Maria Rita em 2003, no seu primeiro álbum. Um dos seus maiores sucessos, é uma sátira e uma crítica social bem humorada. Cara Valente é sobre um homem teimoso, egoísta, que parece destinado à solidão.

Depois de se afastar da mulher que amava, está vivendo as consequências de suas decisões. Sozinho, inseguro e incapaz de comunicar os seus sentimentos, precisa de fingir que é forte, perigoso, na tentativa de se proteger do mundo. O sujeito se dirige ao destinatário da mensagem, afirmando que não precisa mentir mais, porque não está enganando ninguém.

A antipatia, a "cara amarrada" e a brutalidade são apenas formas de afastar os outros, de "viver na pior" e continuar alimentando as suas mágoas. Refletindo sobre esses comportamentos infantis, a música nos convida a pensar sobre o modo como escolhemos viver a vida e suas repercussões.

Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir

Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar
Com o coração

Olha lá!
Ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo cara valente
Mas veja só
A gente sabe
Esse humor
É coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim, rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai não

Ê! Ê!
Ele não é de nada
Oiá!
Essa cara amarrada
É só!
Um jeito de viver na pior
Ê! Ê!
Ele não é de nada
Oiá!
Essa cara amarrada
É só!
Um jeito de viver
Nesse mundo de mágoas

10. Mulher do Fim do Mundo, Elza Soares

Gravada em 2015, Mulher do Fim do Mundo marca um ponto de viragem na carreira de Elza Soares. No seu primeiro disco de músicas inéditas, trata temáticas que são importantes para a artista como os direitos das mulheres e dos cidadãos negros.

Mulher do Fim do Mundo narra uma história de sobrevivência e superação no meio da euforia e do caos, simbolizados pelo carnaval. Durante a letra, podemos assistir ao modo como essa mulher transforma a luta e o sofrimento em alegria, música, dança. Com a multidão nas ruas, o Carnaval surge como um cenário apocalíptico que possibilita a catarse, a união, a celebração coletiva.

Depois do fim do mundo, esta mulher que assistiu e sobreviveu a tudo, continua cantando.

Conheça também a análise completa da música Mulher do Fim do Mundo.

Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé

Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor

Na avenida, deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião

A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim

Mulher do fim do mundo
Eu sou e vou até o fim cantar

Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé

Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor

Na avenida, deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião

A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim

Mulher do fim do mundo
Eu sou, eu vou até o fim cantar
Mulher do fim do mundo
Eu sou, eu vou até o fim cantar, cantar

Eu quero cantar até o fim
Me deixem cantar até o fim
Até o fim, eu vou cantar
Eu vou cantar até o fim

Cultura Genial no Spotify

Escute essas e outras músicas na playlist que preparamos para você:

Conheça também:

Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes e licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Apaixonada por leitura e escrita, produz conteúdos on-line desde 2017, sobre literatura, cultura e outros campos do saber.