7 curiosidades incríveis sobre o frevo


Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual

Uma das mais conhecidas manifestações de rua do povo brasileiro é o frevo.

Típica de Pernambuco, essa expressão cultural agitada e colorida ganha as ruas de Olinda e Recife na época do carnaval, contagiando multidões de foliões todos os anos.

Passista de frevo abre espacate no ar
Passista de frevo em movimento acrobático. Foto: Prefeitura de Olinda

1. O frevo surgiu como forma de resistência negra

A história do frevo é antiga. No fim do século XIX a situação social brasileira era de conflito, com a pós-abolição e grande número de ex-escravizados tomando os espaços urbanos.

Assim, durante os blocos de carnaval de rua, as classes populares formadas por desempregados marginalizados se manifestavam através de uma dança frenética ao som de bandas militares que tocavam instrumentos de sopro.

Portanto, podemos dizer que a origem do frevo está diretamente ligada a uma história de resistência do povo negro.

2. O frevo mistura várias expressões populares

O frevo é uma combinação de dança e música que surge como resultado de vários gêneros populares.

A música foi influenciada pelo maxixe e a marcha, enquanto a dança - que é chamada de passo - tem grande influência da capoeira, o que se pode observar pelos movimentos acrobáticos de ambas as expressões.

3. A palavra frevo tem origem em um verbo

A expressão usada para designar essa cultura aparece como uma alteração no verbo “ferver”. As pessoas costumavam dizer que iriam frever, se referindo à agitação.

Foi em 1907 que o termo foi usado pela primeira vez, ao ser citado em um jornal local.

4. A sombrinha do frevo anteriormente era uma forma de defesa

No início, as pessoas que “freviam” nas ruas de Pernambuco faziam isso como diversão, mas principalmente como resistência à opressão.

Eram em sua maioria homens das camadas pobres, sem oportunidades de trabalho e com indignação de sobra. Eles usavam os movimentos da capoeira - que era proibida na época - e levavam nas mãos porretes de madeira como armas.

Depois, por conta da repressão, passaram a usar guarda-chuvas pontudos no lugar dos porretes. Com o tempo e com a transformação da dança, os guarda-chuvas foram substituídos por pequenas sombrinhas coloridas. Hoje a roupa do frevo também exibe diversas cores.

5. Existe 3 tipos de frevo

Sim, existem algumas vertentes da cultura popular do frevo. O mais conhecido é o frevo de rua, aquele realizado no espaço público em que os passistas dançam ao som frenético dos instrumentos de sopro.

Há também o frevo-canção, cantado e com um ritmo mais lento. E por último o frevo de bloco, uma vertente que, além dos instrumentos de sopro, conta com instrumentos de corda. Também é conhecido como “marcha de bloco”.

6. Existe um dia em homenagem ao frevo

O dia escolhido para ser a celebração à cultura do frevo, tão presente no estado de Pernambuco, é 9 de fevereiro. Foi nesse dia que a palavra frevo foi citada pela primeira vez pelo Jornal Pequeno, periódico regional que existiu na primeira metade do século XX.

As cidades de Olinda e Recife costumam comemorar a data com uma rica programação.

7. O frevo é patrimônio da Humanidade

O frevo foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2012. Antes, em 2007 ele já havia recebido esse título pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Aprecie a dança do frevo com o grupo do Studio Viégas de Dança, de Recife:

Você também pode se interessar: Principais danças folclóricas do Brasil e do mundo

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.