6 livros inspiradores de Paulo Coelho


Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes

Paulo Coelho (1947 -) é um escritor carioca que bateu recordes de vendas e traduções em várias partes do mundo. Romancista e cronista célebre, ele também compôs letras para o cantor Raul Seixas, com quem manteve uma grande amizade e parceria artística.

Suas obras falam sobre espiritualidade, fé e evolução pessoal, entre outros temas que cativam e inspiram os leitores.

1. Maktub (1994)

Maktub (1994)

Maktub é uma palavra árabe que significa "estava escrito", referenciando algo que já estava destinado a acontecer. A famosa obra de Paulo Coelho é uma coletânea de crônicas que o autor publicou originalmente na imprensa, entre os anos de 1993 e 1994.

Os textos falam sobre acontecimentos que ocorreram em diversas partes do mundo, trazendo aprendizagens que foram transmitidas ao autor por mestres, amigos e até desconhecidos.

Essas histórias refletem sobre as noções de felicidade que existem em diferentes culturas, apontando os vários modos como alguém pode viver e se sentir realizado.

Ninguém consegue fugir do seu coração. Por isso, é melhor escutar o que ele fala. Para que jamais venha um golpe que você não espera.

2. O Alquimista (1988)

O Alquimista (1988)

Adorado por uns e criticado por outros, O Alquimista é a obra-prima de Paulo Coelho até à data, se tornando o livro nacional mais vendido de todos os tempos. Através dele, o autor assumiu uma posição de destaque no panorama literário internacional.

O enredo fala sobre um pastor que tem um sonho recorrente, em que descobre um tesouro que está escondido no Egito. Acreditando que se trata de uma profecia, o protagonista parte para o local. Pelo caminho, conhece Melquisedeque, um rei que lhe ensina sobre a importância das "Lendas Pessoais" de cada um.

Segundo ele, seriam sonhos ou grandes desejos que todos nós acalentamos e merecemos realizar. Trata-se, então, de um romance alegórico que se debruça sobre o poder das nossas crenças e a forma como elas podem determinar o nosso destino.

Somos nós que alimentamos a alma do mundo, a terra onde vivemos será melhor ou pior se formos melhores ou piores.

3. As Valkírias (1992)

As Valkírias (1992)

Segundo a mitologia nórdica, as Valkírias (ou Valquírias) eram figuras femininas que se assemelhavam a anjos. Elas são conhecidas por resgatar os espíritos dos guerreiros que morrem nos campos de batalha e conduzi-los ao seu último destino.

Com o título inspirado nessas divindades, o romance foi baseado numa temporada de 40 dias que o escritor passou no deserto, acompanhado pela esposa. O objetivo deles era comunicar com seus Anjos da Guarda durante esse período.

Além da procura de uma ligação com o mundo espiritual, o livro também se foca no relacionamento do casal e na jornada que enfrentam juntos. Aqui, o deserto representa o perigo, mas também a possibilidade de elevação e conhecimento.

Nesta aventura, Paulo Coelho seguiu os passos do mago e ocultista Aleister Crowley que realizou a mesma experiência muitos anos antes.

Não importam nossos defeitos, nossos perigosos abismos, nosso ódio reprimido, nossos longos momentos de fraqueza e desespero: se quisermos nos corrigir primeiro para depois partir em busca de nossos sonhos, não chegaremos nunca ao Paraíso.

4. O Diário de um Mago (1987)

O Diário de um Mago (1987)

A obra que antecedeu O Alquimista foi muito importante para a criação do maior sucesso do autor. O livro se inspirou numa peregrinação que Paulo Coelho fez até Santiago de Compostela, em 1986, conhecida como "Caminho de Santiago".

Passada na Galiza, a narrativa é protagonizada por um membro de uma ordem mística que viaja em busca de uma determinada espada. Ele é acompanhado por Petrus, um mestre espiritual, que partilha várias lições com o discípulo.

Aqui, o herói acaba percebendo que existe algo de mágico na simplicidade e na vida cotidiana, aprendendo a reconhecer a beleza da viagem, em vez de apenas se focar na meta. A espada parece, então, ser uma alegoria para o autoconhecimento e o poder que ele acarreta.

Poucos aceitam o fardo da própria vitória; a maioria desiste dos sonhos quando eles se tornam possíveis.

5. Brida (1990)

Brida (1990)

Seguindo temáticas ligadas ao misticismo, assim como outros livros famosos de Paulo Coelho, a obra foi inspirada em Brida O'Fern, uma mulher que ele conheceu durante uma peregrinação religiosa.

Já que se identificava com alguns elementos do percurso dessa figura, o escritor resolveu criar a narrativa de Brida. A história é protagonizada por uma jovem bruxa irlandesa que ainda está descobrindo seus poderes, com ajuda de alguns mestres que vai conhecendo.

Desmistificando vários clichês acerca dos rituais mágicos, a leitura desta obra conduz a uma humanização da figura da bruxa, explicando as suas crenças e motivações.

Em plena jornada de evolução espiritual, a protagonista também percebe a necessidade de encontrar o amor, sob a forma de uma alma gêmea, através da sua intuição.

Quando alguém encontra seu caminho, precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.

6. Manual do Guerreiro da Luz (1997)

Manual do Guerreiro da Luz (1997)

Manual do Guerreiro da Luz reúne textos que já tinham sido publicados na imprensa, entre os anos de 1993 e 1996. Alguns deles também estão presentes na obra Maktub, mencionada acima.

Com palavras de incentivo e encorajamento, Paulo Coelho reflete sobre diversas circunstâncias da vida: sentimentos, relações humanas, acertos e erros que vamos cometendo pelo caminho. A positividade que atravessa toda a obra continua conquistando os leitores, mesmo anos depois do seu lançamento.

Através de pequenas mensagens, o autor motiva aqueles que acompanham o seu trabalho a assumir uma postura ativa e esperançosa no cotidiano, convidando-os a segurar as rédeas do próprio destino e a encarar a vida como uma grande lição.

O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidão para ensinar a convivência. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tédio para ressaltar a importância da aventura e do abandono. Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saúde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a água. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importância da vida.

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Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes e licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.